segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nada é mais bonito...


Um pouco atrasado por conta de diversos fatores extra campo, escrevo aqui mais uma epopéia vivida pelo Sport Club Corinthians Paulista, o campeão dos campeões. Só para variar em mais uma decisão de campeonato, mais especificamente a Copa do Brasil. Voltando a Porto Alegre onde se misturam sensações boas e ruins, o jogo é no Beira Rio contra o ótimo Inter, não de Falcão, Carpegiani e Figueroa, mas de Nilmar, Taison e Guinãzu. A nossa esquadra vai de Ronaldo, Felipe e Douglas, e com a vantagem de 2 X 0 conseguida no Fielzão, em noite alucinante.


Passei o dia inteiro com dor de barriga, natural em datas de grandes confrontos. Mas assim que começou o embate, diferene de tantas outras vezes, o Coringão atropelou os vermelhos, gols de Jorge Henrique, o baixinho brigador, e André Santos, timão desde criança. Aí foi só administrar, ouvir o grito da fiel, e o atônito estádio que não acreditava que aquilo estava acontecendo. O jogo foi se desenrolando sem muita graça, pois o Coringão logo cortou a perna do saci e acabou o conto de fadas colorado, que com medo do inevitável distribuiu dias antes da final um DVD com supostos favorecimentos dos árbitros ao Corinthians. Papo furado, futebol é resolvido dentro de campo, e nós atropelamos, e mais uma vez deixamos um estado mudo, sem palavras. E a fiel em êxtase, novamente...


Agora todos que riram, que pisaram, que caçoaram anos atrás, vão ter que aguentar o ano alvinegro. Ainda tem o Brasileirão onde vamos comer pelas beiradas, só na boa, porque para nós o ano acabou, vamos apenas comemorar. Nos últimos anos não houve comemoração, a não ser pelo fato de sermos corinthianos. Mas esse ano vamos beber até cair, como caímos, e levantar, como levantamos. Campeões, mais uma vez...


Só para não esquecer, como se fosse possível, o time formou com: Felipe, a muralha, Alessandro, o incansável, Chicão e Willian, as torres gêmeas, e André Santos, discípulo imediato de Wladimir e Sylvinho. Cristian, que será eternizado pelo sinal que fez aos bambis, Elias, o homem invisível, Douglas, o maestro. O trio de ferro conta com Jorge Henrique, o baixinho brigador, Dentinho, mais um das categorias de base, e Ronaldo. Não vou tecer comentário sobre este último, pois não é necessário. Sem falar em Boquita, Diego, Saci, Souza, Morais, Moradei, cachorro louco, Jucilei, Otacílio Neto e todos os demais que envergaram a maravilhosa camisa alvinegra. Que me desculpem os adversários, mas Corinthians Campeão, nada é mais bonito...


Ps.: agora meu velho, dá uma forcinha aí de cima, ok? Abração...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Até mais...


Após uma difícil batalha travada durante quase três anos contra uma doença terrível, meu pai foi vencido. Situação estranha para mim, já que em outras ocasiões a vida havia tentado vencê-lo, mas não obtivera êxito. Teve uma infância pobre, e junto com ela todos os problemas que a falta de condição acarreta. Saiu de casa cedo para trabalhar, e conseguir uma vida melhor. Sempre foi forte, e aos poucos foi sendo recompensado por isso. Possuía uma sinceridade assustadora, e isso trouxe mais dissabores do que alegrias nesse mundo mentiroso em que vivemos. Tudo que fazia era no sentido de dar o máximo para sua família, mulher e três filhos.


Ranheta, temperamento forte, não gostava de ganhar presentes, festas ou de abrir seu coração. Não chorou nem mesmo quando os pais morreram, mas tinha apego especial por crianças. Antes mesmo de ser avô, adorava brincar com crianças de qualquer idade, cor, ou religião dispensando sempre muita atenção a elas. Depois que vieram as suas princesas Luiza, Laura e Beatriz com quem infelizmente teve pouco contato por conta do estágio avançado da doença, se desmanchava em declarações de amor e carinho.


Parceiro de todas as horas, era um pai duro, fazia questão de que todos estudassem, e não havia desculpa para uma nota ruim ou um boletim vermelho, pois ele conseguiu se formar apenas depois de velho, já que na infância os pais não deram a condição necessária para que eles estudassem em uma faculdade. Adorava pegar os três filhos e correr para o Ibirapuera, onde todos brincavam até a exaustão. Até pouco atrás, ainda realizava suas caminhadas no mesmo local, sempre comigo ao seu lado relembrando momentos ótimos que passamos juntos.


Além da mulher, filhos e netas tinha outra paixão: o Corinthians. Dizia que não era fanático como eu, se tal atleta fosse contratado não iria mais torcer, mas jamais deixou de acompanhar o time. Tinha na ponta da língua todos os times campeões, mas tinha preferência pelos times de 1954, 1977, 1990, times guerreiros, mas que acabaram entrando para a história, assim como ele. Morreu campeão, pois dias antes o Coringão havia batido o Internacional, e dado a ele a oportunidade de mais uma conquista em vida. Agora ele vai assistir tudo lá de cima, de um lugar bem melhor.


Desculpe a todos os meus amigos, mas ele era o meu preferido. Me ensinou o caminho das pedras, nunca deixou de me acompanhar em nada, estava ao meu lado para aplaudir e para bronquear, assisti em seu colo o título de 77, e minha tristeza maior é que ele verá a minha Beatriz crescer de longe. Não poderá realizar o meu sonho, (e acredito que o dele também) de passearmos juntos por aí.


Pai, de onde quer que esteja, quero agradecer por todo o apoio, dedicação, pelos passeios, conversas, risadas, jogos do Corinthians, e por ter me feito o homem que sou. Não sei se vou conseguir ser o que você foi, mas vou tentar. Fazer com que a minha filha sinta por mim, o que eu sinto por você. Nem bem se foi, e eu já estou com saudade. Espero encontrá-lo novamente, e dessa vez quero vê-lo bem, sem fios, injeções, ou camas de hospital. Te amo, até mais...