terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Mercearia da Bola


Postado no blog Pelejas em 14/02/2012
Terminou em 31 de janeiro o mercado de transações do futebol europeu, também conhecida como janela de transferências. É evidente que os clubes estão poupando as suas economias, se é que as tem, visto que as contratações não chegaram a empolgar nenhum torcedor, por mais fanático que ele seja.
Para se ter uma idéia, a “Mercearia da Bola” apontou a ida do húngaro Balázs Dzsudzsák ao Dínamo Kiev como a maior transação feita no meio da temporada européia. O jogador estava no Anzhi Makhachkala, time russo de Roberto Carlos e Jucilei, dois ex-corinthianos. O segundo da lista é o senegalês Papiss Demba Cissé que reforçará o Newcastle, e o terceiro, certamente mais conhecido que os dois primeiros, é o brasileiro naturalizado italiano Thiago Motta, que vai jogar pelo PSG da França.
Apenas pelo nome dos envolvidos, é possível notar que o mercado não foi lá essas coisas. Thiago Motta não é perneta, mas também não é capaz de desequilibrar partidas a favor de seu escrete. Teve sim muita competência e profissionalismo quando resolveu jogar pelo mundo, pois já vestiu as camisas dos maiores da Europa, como Barcelona e Internazionale de Milão e até da seleção italiana, fazendo inclusive o gol da vitória da “azzurra” contra a Eslovênia pelas eliminatórias da Eurocopa que será realizada no meio deste ano.
Natural de São Bernardo do Campo, Motta iniciou a carreira no Juventus da Mooca, tradicional equipe de São Paulo. Foi convocado pela seleção brasileira sub-17 e chamou a atenção dos olheiros do hoje temido Barcelona. Quando chegou ao time azul-grená em 2001, a situação era um pouco diferente da atual, pois o clube passava por uma violenta crise, só amenizada anos depois com as chegadas dos brasileiros Deco, Sylvinho, Ronaldinho Gaúcho, Edmílson e Belletti.
Com essa base, o Barcelona ganhou o bi espanhol e também a liga dos campeões da Europa, torneio mais importante do velho continente. Mas, o que foi bom para o clube, acabou não sendo para Thiago Motta que com tantos craques no elenco acabou perdendo espaço e foi cedido ao Atlético de Madrid. Lá, não conseguiu desenvolver seu futebol por conta das diversas contusões sofridas.
Resolveu sair da Espanha e aportar na Itália para desfilar seu futebol pelo Genoa. Após boa temporada pelo médio italiano, voltou a chamar a atenção de diversos grandes e acabou contratado pela Internazionale de Milão. Caiu no gosto do então treinador, o português José Mourinho, e passou a titular do time que foi campeão mundial e da liga dos campeões da Europa ao lado dos brasileiros Lúcio e Maicon. Como não havia jogado pela seleção principal do Brasil, resolveu aceitar o convite para jogar pela Itália.
Agora, aos 29 anos, terá a oportunidade de vestir a camisa, diga-se de passagem, uma linda camisa, de um clube francês, fato este que ainda não havia experimentado em sua carreira. Boa sorte a ele!!!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Um Best 2012 para todos



Postado no blog Pelejas em 21/01/2012
Inicio de ano é sempre igual, pulamos sete ondas, prometemos coisas que dificilmente vamos cumprir, e desejamos sempre o melhor para familiares e amigos, e isso inclui nosso time de futebol. Torcemos para nosso escrete melhorar o plantel, como gostam de dizer os “especialistas”, ficamos de olhos bem abertos no mercado de contratações a fim de acompanhar tudo. Quem sabe receber a informação de que nossa agremiação fechou com aquele craque, para, junto das peças que já estão no clube, formar aquele time imbatível.

E para começar bem o ano novo, nada melhor do que descrever um craque que era o melhor até no nome. George Best era irlandês de nascimento, mas fez história, onde possui até estátua ao lado dos não menos lendários Denis Law e Bobby Charlton, no inglês Manchester United. Atuou por 11 longos anos nos Red Devils, com 361 jogos e 138 gols com a camisa 8 vermelha, alguns deles inesquecíveis, como o terceiro tento contra o Benfica de Eusébio em Wembley na decisão da Copa dos Campeões, gol este que aconteceu após Best driblar toda a defesa portuguesa.

Assim como seu talento, seu gosto pela noite era gigantesco, o que em diversas ocasiões, atrapalhou e ofuscou alguns períodos da sua carreira. Chamado de o “Quinto Beatle”, Best passou a ser figurinha carimbada em festas e bares, sempre acompanhado de lindas mulheres, histéricas pelo jovem craque de cabelos esvoaçantes e rosto de galã. Sua vida boemia não tardou a lhe trazer problemas, sendo o alcoolismo o principal deles.

Passou a conviver com o problema da bebida, e pouco a pouco seu talento foi relegado a segundo plano. Saiu do Manchester United após a pífia campanha que levou o time à segunda divisão, perambulando por diversas equipes pequenas, sem, no entanto, ser sombra daquele jogador inigualável que destruía as defesas adversárias. Ficou preso por oito semanas, após dirigir embriagado e bater em um policial. Encerrou a carreira aos 38 anos, mas não os problemas com o álcool.

Diversas frases que o eternizaram, mostram o porque de ter sido sempre considerado um jogador polêmico. Algumas delas, tais como: “Em 1969, eu abandonei as mulheres e o álcool. Foram os 20 piores minutos da minha vida”, e “Gastei muito dinheiro com bebidas, mulheres e carros. O resto eu desperdicei” são citadas até hoje quando se fala de Best. Morreu em 2005 aos 59 anos, mas será sempre reverenciado pelo futebol mágico que mostrava, principalmente com a camisa do Manchester United!!!

O super herói: Ézio


Postado no blog Pelejas em 17/11/2011.

As histórias em quadrinhos que relatam a saga de heróis como Super Homem, Batman, Aquaman e Homem Aranha na busca da justiça e da paz, nunca mostram, apesar de batalhas homéricas travadas contra diversos inimigos poderosos, que eles tenham saídos feridos ou mortos. Alguns dizem inclusive, que eles não morrem!!!


Mas, infelizmente, a vida real é bem distinta da ficção, e dias atrás isso pode ser comprovado. Diferente da maioria dos super heróis, talvez por isso com final mais doloroso, Ézio Leal Moraes Filho, mais conhecido como “Super Ézio”, apelido que ganhou do cronista Januário de Oliveira, e que utilizava apenas a bola como arma para derrotar os adversários, faleceu após ser tomado por um câncer de pâncreas.


Centroavante do Fluminense em uma época complicada do time das Laranjeiras, quando bons jogadores eram raros na equipe, Ézio sempre marcou. Foram 119 gols em 237 jogos com a camisa tricolor (de 1991 a 1995), e com isso, ganhou o respeito dos torcedores do Flu. Além de goleador, o super herói também era, segundo alguns companheiros da época de jogador, uma pessoa muito profissional, bastante companheiro e amigo.


Pela personalidade simples e carismática, além do apelido que o consagrou, Ézio passou a ser um jogador bastante conhecido e querido por todas as torcidas. Além do Fluminense, defendeu ainda Bangu, onde iniciou a carreira, Portuguesa-SP, Atlético Mineiro, Olaria, Rio Branco – ES e Inter de Limeira, porém sem tanto sucesso como no tricolor.


Uma das lembranças que tenho do super Ézio, e que infelizmente acabaram não se concretizando, é que antes de defender o Galo de Minas, notícias davam conta de que ele estava negociando para defender o Corinthians. O negócio acabou não acontecendo, e ninguém à época acabou conseguindo dizer o real motivo para que a equipe de Parque São Jorge, ávida por um super herói (leia-se goleador), não selasse o acordo com o atacante.


Anos depois, já com a carreira encerrada, Ézio deu uma longa entrevista, só não me lembro para que veículo de comunicação, relatando os longos anos em que correu atrás da bola, seus gols, virtudes, erros, frustrações e alegrias. Foi quando o repórter perguntou a ele sobre sua saída do Fluminense e o acerto com o Atlético Mineiro. Entre os dois, ele comentou, com um ar um pouco resignado, sobre o Corinthians, e que não havia jogado com a camisa alvinegra, pois Eduardo Amorim, técnico corinthiano da época, o vetou, dizendo que Ézio não tinha o perfil de atacante que o time precisava.


Sem dúvida, são lembranças e histórias que fazem do futebol, o esporte mais apaixonante do planeta. Mas, com certeza, após essa entrevista, passei a gostar ainda mais do “Super Ézio”, que transformava a dor e angústia de um placar adverso, em alegria e êxtase por mais uma vitória, utilizando apenas sua arma preferida, a pelota, para fazer justiça e provar a todos os torcedores que um Super Herói não morre jamais!!!