segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Chamem o Telê!!!!





Publicado no blog PELEJAS em 08/11/2012

O Brasileirão 2012 ainda não está decidido, mas provavelmente, isso se o fim do mundo acabar não acontecendo, deve tomar o rumo das Laranjeiras. E mais uma vez, o Clube Atlético Mineiro ficará pelo caminho. Escrevo isso, pois é o que vem acontecendo desde 1971, ano do primeiro brasileiro realizado – os campeões brasileiros dos anos anteriores saíam da Taça Brasil e da Taça de Prata - e do único título conquistado pelo galo.

Reconhecidamente um dos maiores do país, o Atlético vem sofrendo há anos para conquistar algum campeonato que realmente façam seus torcedores se orgulharem de vestirem seu manto. Mas, assim como diversos outros times brasileiros, o galo vem de administrações bastante turbulentas que culminaram em cofres vazios, atrasos de salários, e consequentemente, times fracos. Para fechar com chave de ouro, o Cruzeiro, maior rival dos atleticanos, vem montando equipes fortes e conquistando diversos títulos nos últimos anos.

Após a chegada do falastrão Alexandre Kalil à presidência, a situação melhorou um pouco, mas nada que faça seus torcedores pularem de alegria. No campeonato brasileiro de 2010 ficou na 13ª colocação e no brasileiro de 2011 alcançou apenas a 15ª colocação. Jogou a última rodada do campeonato brasileiro passado contra o Cruzeiro, e se vencesse, rebaixaria o rival. Chance para ganhar novamente o apoio da torcida. Mas, para colocar mais fogo no caldeirão, tomou de 6 e os jogadores acabaram saindo escoltados do estádio Independência.

Esse ano, sem sombra de dúvida, será o mais produtivo e com melhores resultados da década!!!! Apesar do caneco não vir, o Atlético está classificado para a Copa Libertadores de 2013 e tem um elenco forte com Ronaldinho, Jô, Vítor, Réver, Bernard, Júnior César e outros. Ainda não se sabe quem sai e quem chega, mas mantida a base ano que vem pode ser bastante positivo. Talvez com esse time e o comandante do primeiro título brasileiro, Telê Santana, o galo vivesse momentos melhores.

O mineiro Telê Santana era de personalidade forte, exigia sempre muito dos atletas, tanto em campo como fora dele, acompanhava tudo que o cercava, a ponto de, na época que comandava o São Paulo, retirar do gramado em que treinavam os jogadores tricolores fungos e larvas que matassem a grama, para que o “tapete” ficasse perfeito.
Ficou marcado como técnico de uma seleção brasileira que tinha no meio campo Sócrates, Zico, Cerezo e Falcão e que acabou derrotada, tal era o ímpeto para vencer qualquer adversário que aparecesse pelo caminho. Acabou sem o título com a amarelinha, mas foi à forra com o São Paulo bi-mundial que tinha um timaço montado por ele com Raí, Cafu, Palhinha, Muller e tantas outras feras.

Até hoje, Telê Santana é o técnico que mais dirigiu o Galo em todos os tempos com 434 jogos. Treinou ainda Fluminense, Botafogo, Grêmio, Palmeiras, Al-Ahly da Arábia Saudita e Flamengo. Como jogador atuou apenas no Fluminense, Guarani – SP, Madureira e Vasco da Gama, sendo ídolo até os dias de hoje no tricolor carioca. Foi ganhador do célebre prêmio Belfort Duarte, homenagem feita ao atleta que passasse dez anos sem ser expulso, tendo jogado pelo menos 200 partidas nacionais ou internacionais.

Possuía diversos apelidos, entre eles o de pé-frio, por conta das consecutivas derrotas com a seleção nas copas de 82 e 86, muquirana, por sua conhecida sovinice, e Mestre Telê, alcunha dada pela torcida do São Paulo. Mas um apelido em especial, acho que se encaixa mais na situação atual do Atlético Mineiro, e que coincidentemente foi dado pela torcida do Fluminense: fio de esperança.