quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mãe só tem uma...


Tirando minha filha nunca escrevi sobre as mulheres da minha vida, mesmo porque não foram tantas assim, mas quem sabe um dia eu escreva o que cada uma representou para mim. Mas tem uma em especial que representa, e espero que ainda fique ao meu lado durante muito tempo. Em meus "quase" 36 anos sempre foi a minha perseguidora mais implacável, incansável mesmo. Talvez sem ela não tivesse me formado, não estaria escrevendo, não estaria fazendo um monte de coisas. Não quis que eu tentasse a sorte no futebol, mas será que eu era tão bom que conseguiria me tornar um jogador profissional? Vocês sabem né, mãe tem um sexto sentido, vai ver pressentiu que a paixão do filho era o Corinthians, e não o futebol.

Mostrou ser uma mulher de fé quando meu pai precisou de ajuda, já que as coisas não iam tão bem no trabalho, e saiu à caça para vender - uma de suas especialidades - artigos para a beleza feminina. Daquele tempo sobraram apenas algumas lembranças, e alguns poucos batons que não conseguiu comercializar. Depois disso entrou de cabeça no comércio de roupas femininas, e não saiu mais. Já está naquele estágio em que não é necessário sair atrás de compradores. As interessadas em seus produtos, de muita qualidade por sinal, já ligam e encomendam aquilo que precisam. O celular toca insistentemente, mas ela ainda não sabe o manusear muito bem.

Após muito tempo na batalha consegue pagar as contas, e ainda guardar um qualquer para viagens, reformas em casa, e outras coisinhas. Adora vender, mas o ofício anda um pouco afastado, primeiro por conta de problemas em sua vista que acabaram sendo solucionados, apesar de ter perdido boa parte da visão. Em seguida, foi a FIEL escudeira do velho Marcello na sua luta contra o câncer. Também perdeu, mas desta vez foi o companheiro que tanto faz falta a todos nós. Levava, trazia, cadeira de roda pra cima, pra baixo, mas lá estava ela. Fez o que pôde, mas não conseguiu evitar o pior.

Após alguns meses, no exato momento da volta por cima, outro revés. Pé quebrado e mais alguns dias de molho, mas nada que abale a força de D. Elenice. Acho que aconteceu para dar a ela um pouco de descanso, pois a guerreira também precisa. Filha única de D. Maria Tosca e "SEU" Armando tem três filhos, Marcela, Renata e aquele que vos escreve. Sem sombra de dúvida o que deu mais trabalho a ela, mas nem eu consegui fazer com que ela desistisse. Vó dedicada de Luiza, Laura e Beatriz ama de paixão as três netinhas, assim como eu.

Após todo o trabalho que dei a ela, está na hora de começar a recompensá-la. Retribuir por todo o empenho e dedicação em tanto tempo. Começar a nos fortalecer novamente, pois a perda foi sentida, o golpe foi duro. Mas tenho certeza que com a ajuda dele, de onde e como ele estiver, virá. Pois assim como ele, nós também a amamos...
Um Beijão Mãe...