quinta-feira, 7 de maio de 2009

Como é bom ser CORINTHIANO...


Após alguns anos bem difíceis, mais exatamente desde 2005, ano em que o Corinthians sagrou-se campeão brasileiro sem jogar um futebol muito convincente, diversas trocas de técnicos, jogadores caríssimos e mentirosos, muito oba-oba, e uma parceria iraniana sinistra, sem um pingo de crédito, pelo menos da minha parte. Mas sabe como é, somos todos CORINTHIANOS...

Até as notícias sobre o time haviam mudado de local, do caderno de esportes para as páginas policiais. Eram notas frias, calcinhas em nome da secretária da presidência, jogadores envolvidos em baladas com o iraniano, assassinatos russos, e infinitos depoimentos na receita federal com o único lema de que o importante era a "Libertadores". Mas sabe como é, somos todos CORINTHIANOS...

Tempos bicudos, os adversários não perdoavam, e em 2007 aconteceu o que (quase) ninguém queria, mas todos temiam. A segunda divisão veio coroar o esforço que todos (diretoria/parceria?) fizeram para que isto acontecesse. E agora? Veio o lema, "NUNCA VOU TE ABANDONAR", e foi exatamente o que aconteceu. Estádios cheios, euforia e transmissão ao vivo, mesmo os jogos sendo em São Paulo. No mesmo dia que o Fluminense disputou a final da LIBERTADORES (aquela, lembra?), a emissora da vênus platinada transmitiu Timão x Braga pelo paulistão, e se deu bem. Corinthians na cabeça, e audiência garantida. Fim do campeonato, Timão em sexto e a boca ia ficando amarga. Mas sabe como é, somos todos CORINTHIANOS...

Copa do Brasil, começou sem muito interesse, sem time, destroçado ainda pelo que havia acontecido, jogadores no DM, reforços de qualidade discutível. Tropeçando fomos chegando, e quando tivemos o Goiás pela frente, time mediano da região centro do Brasil, mas que está sempre achando que pode duelar com o Coringão, só porque se deu bem algumas (poucas) vezes. E, por conta do lindo manto rouxo que havia sido lançado, disseram que iam chupar uvas após o jogo. Só que a uva rouxa não é o único tipo da fruta que se vê por aí, e a FIEL após o 4 X 0 nos primeiros minutos do jogo, foi mastigando a uva verde até a semifinal contra o Botafogo carioca. Passamos, e aí apareceu o Sport que foi inapelavelmente batido na bambineira(estádio alugado), tendo que descontar o placar no Recife. Aí que o gosto amargo voltou, e mais amargo foi ficando após mais um revés. Mas sabe como é, somos todos CORINTHIANOS...

Série B chegou, e a Fiel ia inventando motivos para continuar, enfrentar a tudo e a todos de cabeça erguida, tirar o amargo da boca, vestindo sempre o manto mais bonito do planeta. Durante a competição alguns reforços foram chegando, o time foi ganhando "sustância", alguns jogaram mais do que podiam, pois envergavam tal vestimenta, e foi se consolidando, pavimentando a volta ao seu lugar por direito. Alguns maldosos diziam que era obrigação, que se não ganhasse a série B, não ganharíamos mais nada. Ganhamos e o amargo da boca deu uma trégua, voltando dias depois com a conquista do brasileiro por outro time paulista. Anos complicados... Mas sabe como é, somos todos CORINTHIANOS...

O final de 2008 foi especial, pois além de diversos reforços que deixavam o time com cara de equipe, um era simplesmente RONALDO. Sim, o maior artilheiro da história das copas era do timão. Coisa de louco!!!! Mas será que ele vai jogar, será que vai dar arrancadas fulminantes que o consagraram, dribles desconcertantes, jogadas geniais, mas principalmente gols, uma tonelada deles. Será? A apresentação foi de gala, muita gente (só para variar), promessas, torcida empolgada, e marketing, muito marketing. Corinthians e Ronaldo, dois nomes fortíssimos que dão muito retorno. Mas o começo foi um pouco frustrante para os dois, pois ele não conseguia perder peso, o clube não sabia se havia feito um bom negócio, as desconfianças só aumentavam, e ele só treinava, longe da redonda e dos gramados, o que para um jogador é altamente desmotivante. Mas sabe como é, somos todos CORINTHIANOS...


Após episódio em que Ronaldo esteve em uma boate juntamente com alguns integrantes da comissão, o "hômi" estreou contra o Itumbiara, e a torcida gostou do que viu, mas ainda não havia visto nada. Dias depois o jogo seria contra o eterno rival Palmeiras, e aí a casa caiu, ou melhor, o alambrado. Após perder boa parte do jogo, em que "eles" fizeram o gol aproveitando falha de Felipe, o "gordinho" entrou em campo e foi quando realmente começou a saga de Ronaldo com o manto mais pesado do mundo. Na primeira jogada dele, limpou o zagueiro verde e deu uma pancada no travessão, que balança até hoje. Mas o melhor estava guardado para o fim, quando os espíritos de porco já cantavam vitória, e perceberam que jamais isso deve acontecer quando Ronaldo está em campo. Aos 48, escanteio para o Timão, lá foi Douglas, o maestro, cobrar. Ele bateu com carinho nela, a bola viajou, viajou, viajou e foi ao encontro da cabeça predestinada de Ronaldo que só escorou para o fundo das redes dos atônitos palmeirenses. Foi a senha para começar a loucura, seguindo o centroavante todos os jogadores se penduraram no alambrado para comemorar com a Fiel, e o coitado (para piorar estava pintado de verde) cedeu. Sem saber, os corinthianos estavam presenciando o exterminador dos grandes, pois além de Palmeiras, São Paulo e Santos também sofreram com os gols do "GORDO". Na corrida, chute, cabeçada, de bico, de cobertura, gol do Corinthians, gol de Ronaldo. Mas sabe como é, somos todos CORINTHIANOS...


Além dele, o 26º título paulista (ah, sim, depois de toda essa narrativa, dessa epopéia, óbvio que fomos campeões) teve também André Santos, escape do escrete pela esquerda. Cristian, volante pegador que será lembrado para sempre pelo gol no último minuto (outra vez) no primeiro jogo das semis, e principalmente pelo sinal de reverência que fez para "elas". Elias, o homem invisível, incansável, em todos os lugares do campo. Douglas, o articulador, frio, calculista, tratando sempre a redonda com carinho. Teve também, e terá para sempre, o menino das categorias de base, Dentinho, pedalando e deixando os adversários loucos à sua caça. Assim como foi Luisinho, pequeno polegar, Rivellino, patada atômica, Super Zé Maria, Wladimir, o saci. Mais recentemente, Marcelo Djian, muralha alvinegra, Márcio, campeão como jogador e treinador, Ronaldo, eternamente corinthiano, Paulo Sérgio, tetracampeão, Marques, que jamais teve coragem de fazer uma boa partida contra o Corinthians. Os internacionais Silvinho, Zé Elias, Deco, Edu, quase de volta, Gilmar Fubá, Dinei, que só jogou no Corinthians, Índio, como poderia um índio jogar em outro time?, além de muitos outros que tiveram a infelicidade de jogar em outras equipes, e quando vieram para o CORINGÃO tornaram-se lendas como Basílio, Biro-Biro, Ezequiel, Neto, Marcelinho, Rincón, Vampeta, Gamarra, Sócrates, Ronaldo...


Felizmente essa história jamais terá fim...


Como é bom ser CORINTHIANO...

Nenhum comentário: