quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Doença sem classe social


Conversando com um amigo há um bom tempo atrás sobre os problemas do pai dele com o câncer, sem imaginar que tempos depois, a doença levaria também o meu (pai) embora, guardei na memória algumas partes da nossa conversa, em especial, a de que a doença chega mais facilmente nas pessoas que estão infelizes no trabalho, com a família, ou ainda envolvidas em outros problemas cotidianos. E desde então, cada vez mais, me convenço de que ele tinha razão, talvez percebendo de perto, o que eu perceberia também depois, as angústias de seu velho pai.

Os anos foram passando, e a minha ideia sobre isso é como aquela onda que vem vindo muito longe, mas que vai crescendo e crescendo, e que vai chegar muito grande quando estiver em cima de nós e nos varrer para alguns outros lugares dessa estratosfera. Só não sei exatamente onde, mas que vamos, ah isso vamos!!!! E tudo porque, na minha modesta opinião, levamos uma vida angustiante, sufocante, onde não a guiamos, e sim, o contrário.

Para lembrar apenas de dois casos de pessoas bastante conhecidas, e curiosamente, de pouca idade, Steve Jobs morreu ontem, vítima da doença, e Reinaldo Gianecchini, ator de novelas, vem se tratando de um tipo de câncer raro, e cujo futuro é incerto. Algumas outras doenças que assolaram o mundo em algum momento perderam sua força, assim como as ondas do mar, que surgem grandes, mas perdem sua volúpia. A medicina avançou, deu uma forcinha em alguns casos, mas o danado continua lá, dando as caras, sem escolher nível ou classe social, tanto faz se jovens promissores, crianças, pessoas de meia idade, senhores em fim de carreira, conhecidos ou não, gênios ou incompreendidos.

Isso tudo mostra apenas que a tão propalada "qualidade" de vida, não é tão boa assim. Num momento em que muito se fala no tempo em que ela pode durar, quem sabe podemos chegar aos 150 anos, a busca do corpo perfeito, remédios para o rejuvenescimento, injeções para esticar a pele, seios fartos, e muitos de nós sem tempo de conseguir primeiro viver!!!! Nascemos, crescemos, nos desenvolvemos, envelhecemos e morremos, mas esse ciclo está sendo deveras interrompido por conta do câncer.

Por isso, vamos fazer o seguinte, não será a salvação do planeta, mas com certeza vai ajudar: ao invés do soco, o carinho; ao invés do grito, o beijo; ao invés do tapa, o abraço; ao invés das babás, tire alguns dias para cuidar dos seus filhos; ao invés da busca incessante pelo milhão, dê educação, princípios e valores; ao invés da malandragem, a honestidade, pois não existe malandragem maior do que ser honesto; ajude o próximo, não valorize a pessoa pelo que ela tem, mas sim pelo que é; não enxergue no próximo uma maneira de se conseguir algo, mas sim uma amizade verdadeira; cuide, e muito bem dos seus pais, tios e avós; e, sempre, seja você, em qualquer situação, seja você, pois isso lhe trará mais flores do que espinhos!!!!

4 comentários:

a.k.a. "Bonx" disse...

Belas palavras Uela! Muito bonito... Abraço, meu irmão.

a.k.a. "Bonx" disse...

Coloquei o link do seu blog no meu... http://reevolucaobr.blogspot.com/

Unknown disse...

Aê Uela, já sou seu seguidor também!!! Abraços

DeniseRocha disse...

Fred, este texto é emocionante. Você mandou muito bem em tudo: no tema, na intensidade.
É, é isso mesmo. Não conhecia esse lado do jornalista redator. Acho que você pode ir além de um jornalista esportivo. E se quiser ficar no esporte, vai conseguir emocionar o mundo com as palavras vindas do coração!!! É isso aí, valeu!!!!